17.5.13

A redoma dos nossos dias

Vocês não sentem que os nossos filhos, porque vivem em tempos diferentes dos nossos, são muito menos independentes do que nós fomos?
Pois, isso também me mete um pouco de medo.
Embora tenha vivido e crescido na cidade, só ao final do dia a minha mãe chamava da varanda a dizer "o jantar está pronto". Hoje, pelo menos onde nós vivemos, as crianças não podem brincar na rua.  Os miúdos estão sempre com adultos que lhes resolvem os "problemas" a toda a hora. Até os trabalhos de casa já são feitos com muito mais ajuda dos pais.
No entanto, no outro dia ia na rua com o meu filho quando encontrámos um rapaz aqui do bairro, praticamente da idade do meu. Ele é filho de um senhor que tem um cafezito e que não pode estar sempre com ele. O facto é que o rapaz anda por aí sozinho e vai-se desenrascando.
Bem... não chego a tanto com os meus filhos, mas isto pôs-me a pensar.


E desde aí, comecei a pedir ao meu filho para fazer pequenos recados. Claro que fico na janela a ver, até porque nós vivemos mesmo num sítio um pouco complicado. Há sempre alguém com os copos na nossa rua e, às vezes, uns bandos pouco recomendáveis.
O facto é que ele tem ido, todo orgulhoso, e realmente dá jeito quando só nos falta um pacote de leite para acabar de fazer a massa de um bolo.
No outro dia foram os dois, ele e ela, até um pouco mais longe unidos pela responsabilidade, muito direitos pela rua.
Estou a gostar destas pequenas conquistas. Acho que lhes está a fazer bem.
Nem o 8 do antigamente, nem o 80 dos dias de hoje.
E vocês o que acham? Não vos parece que passámos de um extremo para o outro?

Sem comentários:

Enviar um comentário