10.7.13

Cuidado com este Pinguim. Ele é perigoso.


Este pinguim não é fofinho e queridinho?
Até há pouco tempo eu não conhecia este pinguim. Foi entrando cá em casa de mansinho. O meu filho começou a falar no Club Penguin e que era um jogo na internet e que "todos" os meninos da turma já estavam inscritos, blá, blá...
E realmente o pinguim tem um ar tão queridinho. E qual seria o mal de ele jogar com os amigos da escola? Eu dei autorização (sim, porque os pais têm de autorizar), mas não li as letrinhas pequenas, nem joguei.
Dias mais tarde, a minha filha também se quer inscrever. E claro, deixa-se um, acaba-se por ter de deixar o outro.
E o que é acontece? A pequena quer que o seu pinguim tenha roupas mais giras, óculos de sol, malinhas fofinhas, etc... E aí? Nesse momento, apercebemo-nos que todos estes adereços que as meninas adoram só são possiveis se se for assinante do jogo. Há assinatura mensal, semestral e anual.
Todos os dias a minha filha me pede para ser assinante. E todos os dias eu digo que não.
Isto de "pescar" miúdos para jogos pagos é altamente preverso. É que, de repente, sem darmos por isso os miúdos já estão apanhados no jogo do consumismo.  E, sim, eu dei autorização.

8.7.13

E pais child-friendly, não?

Já eram meninos para desconfiar - pelo que, ao de leve, deixei transparecer aqui - que eu e esta "coisa" do child-friendly não éramos os melhores amigos.
E não somos, é verdade!

Hiperventilem à vontade e atirem-me com frases do género "dizes isso, porque tens muitos apoios" ou "agora que a M. é bebé é tudo muito fácil, mas quando ela começar a crescer, vais ver que dá jeito" e "blá blá blá...".
Respeito isso tudo, que respeito, mas continuo na minha! E continuarei. Até a M. ter 18 anos e isto já não ser temática entre nós ;)


Sinceramente acho que, acima de tudo, os nossos filhos precisam de pais child-friendly.
E o que é que eu quero dizer com isto?
Que podemos ir a restaurantes cheios de mesas com lápis e folhas para fazerem desenhos, podemos ainda ir a restaurantes com animadores ou espaços próprios para os "despejarmos-enquanto-degustamos-uma-qualquer-especialidade-com-pronúncia-francesa", podemos também escolher hóteis com baby-clubs, kids clubs e babysitters a rodos... Podemos isto tudo.
Mas se antes disso não tivermos pensado se estamos mesmo preparados para ser pais, meus amigos, vai correr mal na mesma.

E quando digo preparados para ser pais, digo, por exemplo:
- ter que deixar de ir almoçar fora porque nessa noite ninguém dormiu, logo, um restaurante e os seus barulhos vão deixar a criança ainda mais inquieta e vai ser um inferno para todos.
- ir a um restaurante com amigos e/ou família e já saber que se vai comer a comida fria, porque em primeiro lugar há que alimentar a "cria".
- ir a um restaurante com amigos e/ou família e estar preparado para eventualmente comer a sobremesa já com "alguém" ao colo, porque entretanto o tempo que se aguenta amarrado num ovinho ou num carrinho ou noutro-sítio-qualquer já esgotou (e como eu os entendo!)
-  ir a um restaurante com amigos e/ou família e sair de lá todo vomitado, apenas porque a comida lhe caiu mal.
- ir nas primeiras férias em que já comem sopas, com tupperwares com todas as refeições congeladas, para ter a certeza que nada lhe vai fazer mal.
- ir nas segundas férias (já mais relaxados...), para um hotel normal, cheios de confiança que lhe farão a comida o mais parecida possível com o que come em casa (ficando-se na lista dos piores inimigos dos empregados do restaurante, por sermos os chatos que pedem com minúcia, todos os dias, a ementa da bebé)
- perceber que quando se sai de casa, por mais organizados que sejamos, a sensação é que vamos sempre com  a casa TODA às costas
- aceitar que, mesmo estando um sol maravilhoso, é à sombra que vamos estar a maior parte do tempo. Logo, provavelmente vamos voltar quase-tão-esquálidos-como-fomos.
- decidir que a bebé tem que dormir e que temperaturas de 40º à sombra não são boas para isso, por isso, toca tudo recambiado para o quarto durante 2h.
- ponderar que, se calhar, com menos de 1 ano o melhor é ficar pelo país nas férias grandes, evitando grandes voos, para que seja tudo mais prazeroso para  todos. E porque temos a vida toda para ir com ela conhecer os 4 cantos do mundo.
E por aí fora!

Posso-vos dizer que se sorriram a tudo isto, ou se acham que isto é felicidade - ainda que diferente da que têm hoje porque ainda não foram pais -, então estão no bom caminho para serem uns pais child-friendly!

A vida muda. A vida muda MUITO, com crianças. Mas não são as coisas à nossa volta que têm de ser o nosso principal suporte, mas sim nós próprios.

Tenho (os) dois (melhores) sobrinhos (do mundo!), uma com 4 e outro com 5 (quase 6!) anos.
Desde sempre que vão a restaurantes (dos mais variados), desde sempre que vão de férias (sem condição de serem hóteis child-friendly) e posso dizer-vos que nunca nada desses fait-divers foram precisos.
Se já se aborreceram por estarmos tantas horas à mesa? Já. Mas a coisa resolveu-se, e bem, entre todos.
Se já quiseram ir para a piscina quando aos adultos só apetecia era meia hora a torrar ao sol? Já. Mas a coisa resolveu-se, e bem, entre todos.
Se já quiseram jogar futebol com um calor que não se aguenta, quando só apetecia era estar à sombra sossegado e sem respirar muito? Já. Mas a coisa resolveu-se, e bem, entre todos.
Umas vezes cedendo. Outras dizendo que não!
E precisámos de babysitters, animadores e espaços-super-mega-pensados-para-entreter-criancinhas e coisas-que-tal para isso? Não!
E foram momentos felizes para todos? Foram!
Porquê? Porque os pais, os tios, os avós e afins são todos child-friendly. E, cada um à sua maneira, soube ajudar a resolver cada momento. Sem stress. Sem rancores. Com amor! Com muito amor. Porque, afinal de contas, são eles que nos dão o melhor amor do mundo.


Mas também já tenho exemplos próprios...
Fomos, em Maio, até ao Rio do Prado - perto de Óbidos. Sim, é mesmo um paraíso com rãs a coaxar e outras maravilhas da natureza em bruto. E, não, não tem sequer o restaurante sempre aberto. Muito menos  tem babysitters ou um baby-club. Não tem nada disso! Mas tem gente muito hiper simpática. Gente que tratou a M. como sendo da família. Gente que teve pena quando viemos embora. Gente que guardou com muito carinho, no seu congelador, todas as sopas e leites e afins que levei "às costas". Há mais child-friendly que isto?
Agora em Junho fomos até Évora. Fomos para o M'Ar de Ar Aqueduto. Escolhido apenas porque já lá tínhamos estado há uns 3 anos e tínhamos achado giríssimo. E porque Évora tem aqueles sabores alentejanos irresistíveis! E porque imaginámos que no Algarve a água ainda estivesse fria e a iniciação da M. nestas lides fosse mais fácil numa piscina. Mas querem saber onde encontrámos o melhor exemplo de que esta coisa do child-friendly está dentro de cada um de nós? Na taberna Quarta-Feira. Sim, leram bem, numa taberna. Um amigo já me tinha aconselhado em tempos, mas só desta vez lá fomos. Esqueci-me de levar fruta para a M., no entanto, num sítio onde nem sequer há ementa ou nos dizem de antemão o que vamos comer, a não ser no momento em que vem para a mesa, o Sr. Zé Dias não hesitou em pedir ao seu funcionário que fosse não-sei-onde buscar uma pêra e uma maçã e 5 minutos depois a M. já se deliciava com o seu puré de fruta. Se a taberna Quarta-Feira podia entrar numa lista de restaurantes baby-friendly? Para nós, entrou!

Dito isto, lá continuaremos alegremente a escolher hóteis pela sua localização, pelo design, pelo spa...
E continuaremos a escolher restaurantes pela comida, pela "modinha", pelo design...
E continuaremos a integrar a M. em todas estas escolhas. E porque como são feitas com muito amor e nos deixarão felizes, ela também será feliz, lá... connosco!



2.7.13

O nosso momento diário: quase 10 meses depois!

Fui eu que tomei a decisão.
E que a adiei. Por isto. Por aquilo.
E que a tomei de forma definitiva.
Mas hoje, que a coisa se efectivou, não consigo deixar de me sentir meia esquisita estranha! Falta-me "qualquer" coisa...


Quando a M. nasceu, e também porque foi de cesariana, o leite demorou a subir.
Não sou fundamentalista com nada na vida, mas da mesma forma que gostaria de ter tido um parto natural (leia-se natural: com epidural!), nunca me passou pela cabeça não dar de mamar.
Por isso, confesso que não dar logo de mamar à minha bebé foi algo que me deixou um pouco triste. Se bem que desde que a M. nasceu, a alegria na minha vida é infinitamente superior a qualquer estado temporário de tristeza.


As duas primeiras semanas foram duras. Aliás, foram para lá de duras!
Entre leite de suplemento enquanto o meu não subia, uma bebé sôfrega que também não era uma pró na pega e uma mãe com as hormonas desvairadas que sentia que não estava a conseguir dar o melhor à sua bebé... Valeu-nos a calma e a paciência do pai - obrigada mil vezes infinito, meu querido Mi., por não teres desistido - e o truque da chupeta* (que ele próprio decidiu inventar e implementar)... et voilá... tudo entrou na normalidade.


Pelo menos até aos 3 meses de vida da M., altura a partir da qual começou a ter cólicas enquanto mamava.
Horrível!
Tinha fome mas, passados segundos de começar a mamar, começava numa choradeira pegada, contorsia-se toda e ficava vermelha-quase-roxa.
Primeiro pensamento de mãe: "Já não tenho leite"
Segundo pensamento de mãe: "O meu leite já não deve estar grande coisa"
Esclarecimento da melhor pediatra (do Porto, vá!!!): "São cólicas. A imaturidade do estômago e dos intestinos pode fazer com que quando o leite cai no estômago, provoque dor e o bebé se retraia, mas ao mesmo tempo chore porque tem fome e quer comer. Tem de ter paciência, mãe. Vá parando, vá consolando a sua bebé, mas não desista!"
Foi do demo, para ser o mais sincera possível.
Imaginem-se a dar de mamar em exclusivo, ou seja, 5 vezes por dia e nessas 5 vezes este filme...
Numa palavra: D-E-S-G-A-S-T-A-N-T-E.
Dei comigo a pensar que "ah e tal, 3 meses de amamentação já não é mau. ficamos por aqui e amigas como dantes. Nada é perfeito na vida mesmo..."
Mas, mais uma vez, com muita calma e ajuda do pai: prova superada.

Pouco antes dos 5 meses, e apenas por indicação e convicção da pediatra - uma vez que a M. continuava a evoluir muito bem -, lá começávamos com a papa e 15 dias depois com a sopa...
E, aos 6 meses, a M. já comia duas refeições que não de leite materno.
Nessa altura achei que, com a diminuição da produção de leite, "a coisa" ia acabar.

Mas vieram os 7 meses, os 8 meses... E tudo na mesma!
Mas com eles veio também o aconselhamento com a pediatra. Não só porque sempre me "fez espécie" aquelas histórias de crianças que foram amamentadas até aos 2 anos e por aí fora. E não queria nada disso, até porque algo me dizia que isso não era bom para ninguém. (embora respeite, claro!)
A juntar a isso, vá... tinha vontade de me voltar a besuntar com um anti-celulítico digno do nome e de não me preocupar se já comi hidratos de carbono ou outras coisas que tais, importantes para o desenvolvimento da M.
A Drª Alice Paupério (a tal melhor pediatra - do Porto, vá!!!) disse-me que não aconselhava às mães que seguia que dessem de mamar até os seus bebés terem 1 ano. Não que essa opinião se baseasse em algo de muito científico (porque há sempre 1001 estudos a favor e outros 1001 a desfavor!), mas na experiência dela, como mãe e pediatra. Por isso, disse-me que os 9 meses seriam uma boa altura - se até lá a coisa não se desse naturalmente - para iniciar o desmame.


Contas feitas - e com intolerâncias intestinais ao peixe e à farinha de pau por um lado e férias por outro - lá decidimos que no regresso das férias iniciávamos o desmame.
E assim foi. Ontem, pela última vez, eu e a M. tivemos o nosso último momento diário.

Se em Setembro do ano passado me dissessem - sobretudo depois daquele início atribulado - que quase 10 meses depois é que isto ia acontecer, eu diria muito prontamente: "impossível!".
Mas a verdade é que nada é linear na vida. Nada mesmo!
Nem mesmo o facto de a partir de hoje já poder correr para uma farmácia e comprar 800 anticelulíticos e 400 reafirmantes e poder decidir comer 3 folhas de alface e um tomate por dia... e, até agora, nada disso me ter apetecido. Nem tão pouco nada disso ter preenchido o vazio daquele momento!

Agora resta-me encontrar no biberão o nosso novo momento diário. Único e especial!





* Já sei que existem por volta de 2 biliões de teorias que as tetinas/os biberões e as chupetas são os maiores inimigos da amamentação e blá blá blá... E até admito que sim!
Mas então cá em casa somos a excepção que confirma a regra. Porque, para além de ter começado a alimentação via biberão - com o leite de suplemento -, foi ainda na maternidade que a M.  ficou fanzoca da sua chupeta.
E, muitas das vezes, quando "a coisa" estava difícil, o Mi. punha-lhe a chupeta para ela fazer o movimento de sucção e depois tirava "de repente" para ela fazer na maminha e... resultadão, sempre!!!
Por isso, e vou repetir-me vezes sem conta: informem-se sobre as teorias, mas sigam os vossos instintos.  Vocês e os vossos companheiros ou quem vos apoiar nesta fase!